Tipos de limão: conheça mais sobre a citricultura no Brasil

Tipos de limão

Existem cerca de 70 variedades de limão em todo o mundo, porém as mais conhecidas por nós, brasileiros, são: siciliano, taiti, galego e cravo ou caipira. Apesar de muitas semelhanças, cada tipo possui características distintas e são utilizados para diferentes fins. Vale citar ainda que somente o siciliano é um verdadeiro limão. Os restantes são limas ácidas, derivadas do limão original.

  1. Limão tahiti (Citrus x latifolia)

Limão tahiti

Trata-se de um híbrido da lima da Pérsia com o limão cravo, motivo pelo qual recebe também o nome de lima ácida. Fruto robusto, de formato arredondado, casca lisa ou ligeiramente rugosa, de coloração verde, polpa esbranquiçada, muito suculenta e de qualidade menos ácida. As sementes são ausentes nesta variedade, porque se propaga por enxertia, tendo como base (cavalo), no Brasil, o limão cravo.

Mais adaptado ao clima tropical, necessita de muito sol e umidade controlada para gerar frutos suculentos e graúdos. Devido à sua robustez, é uma variedade que praticamente não necessita do uso de agrotóxicos. Forte e saudável, mesmo cercado pela cultura da laranja, não se contamina, distribui ou dissemina pragas. Tal característica, juntamente com a ausência de sementes, o torna mais adequado economicamente e ao consumo "in natura".

É o limão de maior valor comercial no Brasil, tendo excelente potencial de exportação. O seu valor de mercado está relacionado à ausência de sementes, cor e aroma exóticos (na Europa) e à sua capacidade de produzir o ano inteiro, apesar de ser mais produtivo de dezembro a maio. O limão-taiti é um dos tipos de limão mais conhecidos no Brasil e em todo o mundo. Com efeito, essa fruta é suculenta, tem poucas sementes e um sabor mais “adocicado”, perfeito para fazer a famosa caipirinha e doces no geral, bem como usada para temperar saladas, temperos, bolos e doces em geral, sem falar na famosa caipirinha.

  1. Limão galego (Citrus aurantifolia)

Limão galego

Trata-se de fruto redondo, pequeno e muito suculento. Apresenta casca fina e lisa, de cor verde ou amarelo-clara. A polpa tem de cinco a seis sementes, é rica em suco de sabor ácido, porém agradável.

Bastante comum nos quintais do nordeste e centro-oeste brasileiros, onde a produtividade de frutos por pé é exuberante. A planta é de porte médio e produz muito o ano inteiro. Até recentemente era um limão muito popular, mas seu consumo foi substituído pelo limão Tahiti. É geralmente é utilizado para fins culinários, como preparação de drinques, doces (principalmente o sorvete), suco e molhos.

  1. Limão siciliano (Citrus Limon)

Limão siciliano

Trata-se do limão verdadeiro, digamos, o limão original. Seu cultivo é abundante, basicamente, em áreas de climas mais frios ou subtropicais, motivo pelo qual é bastante produzido e consumido na Europa, assim como nos países andinos da América Latina. Entretanto, não são facilmente encontrados no Brasil e nas regiões tropicais do mundo. Na falta de sol, apresentam menos suco e mais casca.

Maior e mais alongado, terminando com duas extremidades proeminentes, é de cor amarela, casca grossa, abundante e levemente rugosa, portanto menos suculento.

É uma variedade bem apropriada - pelo seu elevado percentual de casca - para a fabricação do óleo essencial (OE) de limão, de pectina e de farinha.

Conhecido por fazer parte de receitas mais requintadas, como por exemplo massas e risoto, o limão siciliano é o mais antigo do mundo e também considerado o “limão verdadeiro”. Com sua tradicional cor amarela, o limão do tipo siciliano é muito usado em receitas mais sofisticadas. Essa espécie tem um formato mais alongado e a casca tem coloração amarela e é bem grossa. Sua acidez é concentrada, não é tão suculento, todavia é um dos tipos de limão mais utilizado na cozinha e na preparação de licores.

  1. Limão cravo (Citrus x limonia)

Limão cravo

Trata-se de uma variedade bem rústica, motivo pelo qual é conhecido por vários nomes regionais: limão rosa, limão capeta, limão vinagre, entre outros. Disseminado pelos passarinhos é comum de ser encontrado no campo e em quintais do interior brasileiro, porém difícil de ser encontrado nas grandes cidades. Parecido com uma tangerina, por ter a casca levemente solta da polpa, além de casca e polpa na cor laranja-avermelhado.

Tem sabor e aroma bem característicos, abundante em sementes e suco ácido, por ser a variedade com menor teor de frutose.

Tem sido usado com sucesso no Brasil como porte (cavalo) para o enxerto do limão Tahiti. Cientistas começam a estudar o óleo essencial extraído da casca deste limão, que até o momento, apresenta propriedades terapêuticas acima da média, quando comparado às outras variedades.

Esse não é o único nome dele, você pode encontrar como limão caipira ou limão rosa, pois se trata de uma espécie cruzada entre limão e a tangerina. Sua aparência traz uma casca alaranjada e semelhante a uma pequena laranja.

O limão cravo, também conhecido como rosa, é ideal para temperar carnes e outros alimentos.

Porém, o sabor é único, sendo muito usado para marinar carnes. Ele possui alto teor da vitamina C, mas não é tão utilizado como os demais tipos da fruta.

  1. Limão Eureka (Citrus x limon): O limão Eureka é uma variedade comum encontrada na Califórnia e em outras partes do mundo. Possui uma casca amarela espessa e suculenta. É conhecido por ter um sabor ácido e suculento. O suco desse limão é amplamente utilizado em receitas culinárias, como marinadas, molhos, sobremesas e bebidas. É um dos limões mais populares para uso culinário devido ao seu sabor forte e ácido.

Limão Eureka

  1. Limão Lisboa (Citrus x limon): O limão Lisboa é semelhante ao limão Eureka em termos de aparência e sabor. Também possui uma casca amarela espessa e suculenta. É uma variedade comum encontrada em muitos mercados. Assim como o limão Eureka, o limão Lisboa é usado amplamente em pratos culinários, como molhos, saladas, sobremesas e bebidas.

  2. Limão Rangpur (Citrus x limonia): O limão Rangpur é um limão especial, pois na verdade é um híbrido entre uma tangerina e um limão. Possui uma casca vermelho-alaranjada, semelhante a uma tangerina, e uma polpa ácida. É comumente usado na culinária indiana, especialmente em pratos como marinadas, chutneys e picles. O sabor ácido do limão Rangpur adiciona um toque distintivo às preparações culinárias.

  3. Limão Meyer (Citrus x meyeri): O limão Meyer é um híbrido entre uma laranja e um limão. Tem uma casca amarela alaranjada fina e lisa, que é mais suave do que a de outros limões. Uma característica distintiva do limão Meyer é o seu sabor mais doce e menos ácido em comparação com outros limões. É popular para uso em sobremesas, como tortas e bolos, bem como em bebidas, como limonadas e coquetéis. Também pode ser usado em saladas e pratos de frutos do mar para adicionar um toque cítrico suave.

Quer ir além e conhecer também os principais tipos de laranja? Temos um artigo completo sobre o assunto. Confira aqui!

Os limoeiros podem ser suscetíveis a várias doenças e pragas que podem afetar sua saúde e produtividade. Aqui estão algumas das principais doenças e pragas que podem afetar os limoeiros:

Doenças:

  • Cancro cítrico (Xanthomonas citri subsp. citri): É uma doença bacteriana que causa lesões em ramos, folhas e frutos dos limoeiros. Pode levar à queda de frutas prematuras e afetar negativamente a produção.

  • Clorose variegada dos citros (CVC) (Xylella fastidiosa): É uma doença bacteriana que causa clorose e murcha nas folhas, afetando o desenvolvimento e a produção dos limoeiros.

  • Podridão parda (Phytophthora spp.): É uma doença fúngica que afeta principalmente as raízes e o colo das plantas, levando à morte das árvores. Pode ser agravada por condições de solo excessivamente úmidas.

  • Mancha-negra (Guignardia citricarpa): É uma doença fúngica que afeta principalmente os frutos dos limoeiros, causando manchas escuras e deformações. Pode reduzir a qualidade e o valor comercial dos limões.

Pragas:

  • Mosca-das-frutas (Ceratitis capitata): É uma praga que ataca os frutos cítricos, causando danos por meio da oviposição e alimentação das larvas. Pode levar à queda prematura dos frutos e comprometer sua qualidade.

  • Pulgões (Aphis spp.): São pequenos insetos sugadores que se alimentam da seiva das plantas cítricas, causando deformações nas folhas, redução do crescimento e transmissão de vírus.

  • Ácaros (Panonychus spp. e Tetranychus spp.): São pragas que se alimentam da seiva das plantas, causando amarelecimento, deformações e redução do vigor das folhas.

  • Cochonilhas (Diaspididae spp.): São insetos sugadores que se fixam nos ramos e folhas dos limoeiros, causando enfraquecimento das plantas e secreção de melada, o que favorece o desenvolvimento de fumagina.

Essas são apenas algumas das doenças e pragas mais comuns que podem afetar os limoeiros. É importante realizar um manejo adequado, incluindo práticas de controle integrado de pragas e doenças, para minimizar os impactos desses problemas e promover a saúde das plantas. Em caso de suspeita de doença ou praga, é recomendável consultar um engenheiro agrônomo ou um profissional da área para obter orientações específicas de manejo.

História

O limoeiro, no início, era um simples arbusto que se espalhava espontaneamente pelo sudeste asiático. Diferentes versões são relatadas sobre a forma como o limão tornou-se conhecido na Europa. Uma das teorias é que foi levado pelos muçulmanos entre os séculos VII e IX, durante o período em que ocuparam grande parte do continente europeu. E, a partir daí a difundiu-se com rapidez.

Existem relatos de que os romanos já consumiam o limão, usando-o como medicamento, mesmo antes de o fruto ser trazido pelos árabes. Outros estudos afirmam que o limão somente foi introduzido na Europa com as primeiras navegações dos romanos em direção às Índias Orientais.

Nas Américas, o limão chegou junto com os primeiros conquistadores portugueses e espanhóis, no século XVI. O Brasil é o segundo maior produtor mundial dessa fruta, especialmente do limão Tahiti, que é um fruto híbrido, resultante de uma enxertia da lima da Pérsia sobre o limão cravo (cavalo), motivo pelo qual não apresenta sementes. Por ser um híbrido, o limão Tahiti não é um limão, mas uma "lima ácida", tanto que em inglês essa variedade chama-se "lime" enquanto o limão siciliano é chamado "lemon". Privilegiados: em todo o Brasil, o limão é um fruto fácil de ser encontrado, já que é gerado durante todo o ano, nas suas diversas variedades, embora seja mais produtivo de dezembro a maio.

De maneira geral, todas as variedades do limão apresentam aspectos básicos semelhantes, ficando a diferenciação na cor, tamanho, forma e textura da casca, que pode ser desde lisa, como no limão galego, até muito enrugada, como no limão cravo.

Apresentam coloração variando do verde-escuro do limão Tahiti, ao amarelo-claro dos limões siciliano e galego, passando pelo laranja do limão cravo.

Citrus, em latim, quer dizer limão. Daí todas as frutas cítricas serem parentes etimológicas do limão. Isso mesmo, o limão é a mais cítrica das frutas da sua família: é a origem de todas.

Classificação Botânica

  • Nome científico: Citrus spp
  • Nome popular: Limão, com várias e espécies e variedades
  • Família botânica: Rutaceae.

Descrição Botânica

  • Caule: tronco cilíndrico, com ramificação normal. Quando novo apresenta coloração verde e a medida que a planta envelhece esta coloração passa para o marrom. Os galhos e os ramos menores suportam a copa. A madeira é dura, compacta e de coloração amarelo-claro.
  • Raízes: São do tipo pivotante atingindo 60cm na vertical e até 2m na horizontal.
  • Folhas: São persistentes, verde-claro quando novas e passam para o verde mais escuro a medida que envelhecem. Variam de simples a compostas, unifoliatas, com limbos inteiros. Sua forma é elíptica, oval ou lanciolada e, de aspecto coreácea.
  • Flor: São inflorescências solitárias ou agrupadas definidas ou não, do tipo cacho ou subtipo corimbo. Apresentam pedúnculo curto, liso e articulado. São pequenas, hermafroditas e apresentam coloração branca.
  • Fruto: São hesperidium, podendo ser globulosos ou subglobulosos. Dividem-se em pericarpo e sementes.

A Importância da cultura dos limões

A cultura dos limões é de grande importância tanto do ponto de vista econômico quanto do ponto de vista nutricional e cultural.

São 4 os tipos de limão mais conhecidos: siciliano, taiti, galego e cravo ou caipira. Apesar de muitas semelhanças, cada tipo possui características distintas e são utilizados para diferentes fins.

Vale citar ainda que somente o siciliano é um verdadeiro limão. Os restantes são limas ácidas, derivadas do limão original, o limão siciliano.

Os limões são frutos do limoeiro que, diferentemente de outras plantas que geram variedades cítricas, produz frutos de forma contínua.

As diferenças entre os limões se baseiam no tamanho e sabor, podendo variar na cor, indo de verdes a alaranjados. São frutos muito utilizados em todo o mundo, sendo o principal ingrediente do drinque mais famoso do Brasil, a caipirinha.

Aqui estão algumas das principais razões que destacam a importância dessa cultura:

  • Valor econômico: A produção e comercialização de limões são atividades econômicas significativas em muitos países. Os limões são amplamente consumidos e demandados em várias indústrias, como a indústria de alimentos, bebidas, cosméticos e produtos de limpeza. Além disso, o comércio internacional de limões é uma fonte importante de receita para os países exportadores.

  • Nutrição e saúde: Os limões são uma excelente fonte de vitamina C, fibras e outros nutrientes essenciais. Eles fornecem benefícios para a saúde, como o fortalecimento do sistema imunológico, a melhoria da digestão, a promoção da saúde cardíaca e a prevenção de certas doenças. A inclusão de limões na alimentação traz benefícios nutricionais importantes para as pessoas.

  • Uso culinário: Os limões são amplamente utilizados na culinária em todo o mundo. Seu suco, casca e polpa são usados para temperar pratos, preparar molhos, marinadas, sobremesas, bebidas e muito mais. Eles adicionam sabor cítrico e um toque refrescante a uma variedade de pratos, tornando-se um ingrediente versátil e indispensável em muitas cozinhas.

  • Uso industrial: Além do consumo humano, os limões têm aplicações na indústria. Seu suco é usado na fabricação de produtos alimentícios, como sorvetes, geleias, refrigerantes e produtos de panificação. A essência de limão é usada na produção de perfumes, sabonetes e produtos de limpeza. A indústria de cosméticos também utiliza o limão em muitos produtos para cuidados com a pele e cabelo. Esses são apenas alguns exemplos da importância da cultura dos limões. Seu valor econômico, nutricional, culinário e cultural torna-os uma cultura significativa em muitos aspectos.

Produção no Brasil | regiões mais importantes

Em relação à produção de limões no Brasil em 2021, de acordo com o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção de limões no país em 2021 foi estimada em cerca de 1,5 milhão de toneladas, em 58.446 ha plantados em diversos estados, com rendimento médio de 25,66 t/ha.

Vale destacar que São Paulo é o principal estado produtor de limões no Brasil, representando uma parcela significativa da produção nacional. Outros estados que também contribuem para a produção de limões incluem Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, entre outros.

Hoje em dia, os limões são cultivados em muitas regiões do mundo, incluindo países como Espanha, Itália, Estados Unidos, México, Brasil e Índia. Eles são apreciados por seu sabor ácido e são amplamente utilizados na culinária, na fabricação de bebidas, na produção de sucos e na indústria de cosméticos.

No Brasil, os limões são cultivados em diversas regiões do país, aproveitando-se das diferentes condições climáticas e de solo. Alguns dos principais estados produtores de limões no Brasil são:

  • São Paulo: É o maior produtor de limões do país. As principais regiões produtoras em São Paulo são o Vale do Paraíba, a região de Limeira, Bebedouro, Lins e São José do Rio Preto, com produção de 1.119.143 toneladas.

  • Minas Gerais: O estado de Minas Gerais também possui uma produção significativa de limões. Destacam-se as regiões de Uberlândia, Montes Claros, Uberaba e Guaxupé, com produção de 159.588 toneladas.

  • Bahia: É um dos maiores produtores de limões no Brasil. Destacam-se as regiões de Itaberaba, Juazeiro, Vitória da Conquista e Teixeira de Freitas, com produção de 70.189 toneladas.

  • Rio de Janeiro: O estado do Rio de Janeiro possui produção de limões em diferentes regiões, como Petrópolis, Itatiaia e Valença, com produção de 23.420 toneladas.

Além desses estados, outros estados como Espírito Santo, Ceará, Paraná, Goiás, entre outros, também possuem produção de limões, embora em menor escala. Vale ressaltar que a produção de limões no Brasil ocorre ao longo do ano, aproveitando-se das diferentes variedades disponíveis e dos períodos de safra.

Referências

-Fonte 1

-Fonte 2

-Fonte 3

-Fonte 4

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Henrique Servolo

Engenheiro Agrônomo, Mestre em Fitotecnia e Doutor em Engenharia florestal, todos pela Esalq/USP.

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